Estrela de Israel - Simbolismo

Em novembro de 2011, uma das leitoras do blog, que não vou identificar, me enviou um email, questionando dois posts meus aqui no blog. O conteúdo do email era basicamente sobre o Véu Wings, conhecido como Asas de Ísis na dança do ventre, e a Estrela de Israel. No email, a leitora questiona o fato de eu ter condenado a Estrela de Israel, que originalmente seria o nome de Davi ou a letra do nome Davi, em detrimento de eu ter aprovado, ou consentido com o uso do Véu Wings, desde que fosse feito para um determinado fim.

Então, estou abrindo o questionamento dela aqui, publicando a resposta que lhe dei, pois pode ser que alguém tenha a mesma dúvida.

Resposta:

1. Estrela de Davi

Se você fizer uma pesquisa detalhada sobre o Hexagrama, vai encontrar diversas fontes que informam coisas diferentes, mas todas elas concordam num ponto. Ela já era conhecida na Índia por volta de 4.000 a.C. Embora tenha ficado mais conhecida como símbolo do Judaísmo, não é de uso exclusivo desta religião, e pode-se encontrar em muitas catedrais cristãs da Idade Média e na arte muçulmana também. Segundo o filósofo Mário Sergio Cortella, da PUC-SP, para vários povos, o Hexagrama significa proteção, representando a união do feminino com o masculino, do céu com a terra, do alto e do baixo.
Os soldados do exército de Davi usavam o Hexagrama em seus escudos para atrair a proteção divina, mas não há registros históricos sobre isso.

O Hexagrama está fortemente presente na simbologia ocultista, trazendo "proteção". Alguns ocultistas acreditam que seja uma espécie de "chave" ou "armadilha" para demônios, e que é possível prendê-los, uma vez que estejam dentro do Hexagrama ou Pentagrama.

Muitas teorias tentam explicar a origem do símbolo, e uma delas é a citada pela leitora, no email, a respeito do nome do Rei Davi, com as duas letras "D".  Mas não há embasamento histórico para isto. Segundo Cortella, faz parte de uma das tradições judaicas, já que o nome Davi era escrito com três letras: dalet, vav e dalet, e o dalet tinha formato de um triângulo. Colocando-se as duas letras sobrepostas, uma delas invertida, poderia se obter o Hexagrama.

Outra teoria, é de que seja uma versão estilizada do lírio branco, flor de seis pétalas, que faz analogia ao povo de Israel no livro de Cantares. Outra teoria refere-se ao escudo de Davi, que tinha forma triangular e nele estava gravado o Grande Nome Divino, com 72 letras, com as letras m, k, b e y (makabi). Mas, neste caso, não há uma linha nítida que associe o símbolo (hexagrama) ao escudo do Rei Davi. A expressão Marguem Davi (mkby) só passou a ser utilizada referindo-se ao hexagrama como Escudo do Rei Davi a partir do século XIV.

Ainda pode-se supor que o símbolo tenha surgido na época do Bar Kochba (135 d.C) quando os Judeus combatiam os Romanos. Mas essa teoria é descartada, já que o símbolo era conhecido na Índia cerca de 4.000 a.C.

Desde a Idade do Bronze, símbolos em forma de estrela, como o pentagrama e o hexagrama, já eram encontrados em civilizações distantes, como Índia, Mesopotâmia e Grã-Bretanha. O mais antigo artefato judaico contendo um hexagrama foi encontrado em um selo na cidade de Sidon (Líbano) datado de 700 a.C. Um friso na sinagoga de Cafarnaum, datado de 200 ou 300 a.C., e uma lápide no sul da Itália, 300 a.C. Perceba que o símbolo é bem mais antigo que todas estas referências.

O símbolo HEXAGRAMA carrega muito misticismo. Eu poderia agora discorrer em várias coisas que o símbolo trás de místico, mas qualquer pessoa pode pesquisar sobre o Hexagrama Místico e vai encontrar bastante material para ler.

O fato de uma coisa ser mundialmente conhecida por um significado não significa que ela SEJA aquele significado. Nem sempre a voz do povo é a voz de Deus.


2. Véu Wings

O Véu Wings não é um símbolo. É um objeto. Então, vamos aos objetos. Eu fiz uma relação de objetos que podem ser usados como adereços em ministrações, aqui mesmo no blog. Os adereços devem "representar" algo, portanto, simbolizar. Por isso, eles também levam a carga do símbolo.

O Véu Wings, como eu falei sobre isto, tem uma história. Ele é originalmente usado nas danças egípcias para venerar a deusa Ísis.

Mas o Véu Wings é apenas um objeto, que pode ser alterado na sua forma, apenas permanecendo seu formato básico como "estrutura" de uso.  O Véu Wings, originalmente, representa as asas da deusa, mas, se eu o retirar de seu uso normal, ele não carrega o símbolo da deusa. Ele passa a ser apenas ASAS. E até algumas classes de anjos possuem asas. Outras criaturas, criadas por Deus, também possuem asas, como as borboletas (citadas pela leitora em seu email, como símbolo da nova era). Asas por asas, eu posso usar qualquer uma.

Essa é a diferença entre um SÍMBOLO e um OBJETO.

Eu posso retirar o objeto de seu uso comum, mudar o seu uso e transformar, para que DEIXE DE SIGNIFICAR o que originalmente significava para significar outra coisa. Como as tochas. Em seu uso comum, apenas iluminar. Numa ministração, podem significar o ESPÍRITO SANTO. Ou a cor PRETA, que pode numa ministração significar arrependimento, e em outra, o pecado ou o próprio mal encarnado.

Já o símbolo eu não posso DESSIMBOLIZAR. Eu não posso usar o pentagrama, que tem significados ocultos, num culto a Deus. O Diabo não cria nada, mas o homem cria. O homem tem capacidade criadora, pois é o único ser feito à imagem e semelhança de Deus. O  homem criou o símbolo, não o diabo. Ele criou para SIMBOLIZAR alguma coisa.

Como poderei DESSIMBOLIZAR um Hexagrama?

Mas tudo tem sua EXCEÇÃO, dependendo do seu uso, não é mesmo?

Não usei de dois pesos e duas medidas no blog. Se observar o post sobre Estrela de Israel, vai perceber que eu falei que, numa ministração profética ou sobre missões, ou qualquer ministração que se queira fazer referência ao Estado de Israel, pode-se usar, sem medo, o símbolo Hexagrama, pois ali, estaremos retirando o significado OCULTO que ele carrega, e EVIDENCIANDO o significado da BANDEIRA DE ISRAEL.

Esta é a simples diferença entre uma coisa e outra.

E que o Espírito Santo de Deus nos guie sempre nesta caminhada pela busca do conhecimento e de Sua Santa Sabedoria.

Em Cristo,

Débora Falcão.

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