Dança Profética e o Respeito às Nações


 

Queridos. Há muito tempo não posto no blog, as coisas têm mudado radicalmente, as pessoas têm preguiça da leitura, procuram conteúdos de consumo cada vez mais rápido, e como sou uma pessoa que gosta de escrever, acabei me tornando mais reclusa nos últimos anos.

Voltando ao meu blog para ler algumas postagens antigas, me deparei com uma de há quase dez anos e percebi que preciso escrever novamente sobre o assunto, pois algumas coisas não cabem mais, devido a esclarecimentos importantes. Peço aos irmãos que leem meu blog que tenham a mente aberta e a compreensão dada pelo Espírito Santo para enxergar com os olhos da fé e perceberem a importância do assunto tratado aqui.




Temos um chamado importante no Reino de Deus. Somos chamados a ser luz nas trevas, e não luz no meio de luzeiros. Somos chamados a profetizar às nações. Mas, profetizar o quê? Você realmente sabe o que você está profetizando com sua dança?

Quando dançamos sobre algo com propósito, estamos derramando sobre esse "algo" uma profecia, e é preciso ter bastante cuidado sobre O QUE PROFETIZAMOS e, principalmente, COMO PROFETIZAMOS.

Antes de qualquer coisa, uma palavra que sempre deve vir à nossa mente ao profetizar é o RESPEITO. Todas, absolutamente todas as nações, povos e culturas merecem respeito. E então vamos compreender esses dois pontos.


1. O QUE PROFETIZAMOS?

O que está faltando ao mundo? Às pessoas? Eu posso responder isso para você. Mas gostaria que você, como ministro, refletisse sobre isso. A Bíblia nos diz que, no fim, o amor de muitos esfriará, e que até mesmo os escolhidos iriam se desviar desse propósito. Quando Jesus afirma que esse amor esfriará, não é o amor dos outros. É o nosso.


Como anda seu amor pelos outros? Pelas pessoas? Por aqueles que não professam a mesma fé que nós? Por aqueles que não desejam professar essa fé? Você ama ou você apenas diz que ama? Lembre-se: suas atitudes falam tão alto que o que você fala ninguém consegue escutar. Aquilo que fazemos é o que irá marcar aqueles que estão à nossa volta, não aquilo que dizemos. E fazer também é profetizar, pois por nossas atitudes, podemos influenciar outras pessoas - para o bem ou para o mal.

Para profetizar o amor de Jesus nas nações (inclusive a nossa) é preciso que VIVAMOS esse amor. Tenho visto pregadores utilizando o púlpito não para pregar o amor de Jesus, mas sim a condenação, sob a premissa que "Deus é amor, mas também é Justiça". Sim, Deus é Justiça, mas a Bíblia diz:

"Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus." (palavras de Jesus em Mateus 5:20)

O que estamos profetizando aos outros? Justiça ou misericórdia de Deus? Clamamos tanto pela justiça e a condenação de Deus sobre os pecados dos outros, e nos esquecemos que:

"As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque suas misericórdias não têm fim." (Lamentações 3:22)


Onde está a pregação real cristã? Em Atos 2:42-48 existe a Igreja Primitiva, a primeira igreja cristã. Lá está o modelo. Uma igreja que se une, que louva junto, que reparte o pão, que cuida uns dos outros e que GANHA A SIMPATIA DE TODO O POVO. O que temos ganhado ultimamente com nossas atitudes? Estamos demonstrando o amor e a misericórdia de Deus?

Ouvi várias pessoas nas redes sociais dizendo que nós, cristãos, estamos sendo perseguidos pelo nome de Jesus, e que hoje é ruim ser cristão pois estamos sofrendo uma "cristofobia". Sim, ouvi essa palavra, mesmo nós sendo a maioria esmagadora da população. Então, o que está realmente acontecendo? Será que é por que não estão vendo Jesus em nós? Será que somos nós quem estamos sendo perseguidos por causa do nome de Jesus, ou estamos perseguindo no nome de Jesus?

Jesus nos diz que não devemos clamar pela Justiça de Deus aos outros, pois não somos legisladores ou juízes para exercermos esse papel. Este papel pertence somente a Ele (Mateus capítulo 7). Então, o que acontece se nós exercemos um papel que não nos pertence?

"Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo." (Tiago 2:13)

Esta é a verdade. Que tipo de profecia estamos fazendo com nossas atitudes? A profecia do amor de Jesus, que redime de todo o pecado? Estamos sendo luz que ilumina o caminho na escuridão? Ou estamos sendo pedra de tropeço, meio pelo qual vem o escândalo para o nome de Jesus?

Sim, irmãos. É uma palavra dura, mas os tempos tem sido duros. Não pelos outros, mas por nós. Nós temos sido duros, de uma maneira que Jesus tem o direito de ser, mas não foi, e não é. Onde está nosso exemplo? Onde está a redenção de Cristo e sua misericórdia que triunfa sobre o juízo?


2. COMO PROFETIZAMOS?

Neste ponto, vou falar de maneira técnica, e não espiritual.

Falando de adereços, objetos cênicos e figurinos, é preciso ter bastante respeito pelas outras nações, por sua cultura, por suas crenças. Apesar de termos nossa cosmovisão cristã (Deus criador, a Bíblia como única regra de fé e prática, Jesus como único salvador e mediador entre Deus e os homens), é preciso compreender que existem outras cosmovisões, e que todos têm direito às suas vivências, assim como nós temos direito às nossas.

E então chegamos ao ponto que quero abordar referente à minha postagem de quase dez anos atrás: o respeito pela cultura alheia.


Uma das coisas que coloquei na postagem anterior foi referente aos figurinos e maquiagens. E por isso gostaria de refazer esse ponto. É preciso entender que a cultura e vida do outro não é figurino ou fantasia. Nos vestir de africanos para profetizar aos africanos, nos vestir de indígenas para profetizar aos indígenas, o mesmo para países asiáticos e outros povos, isso é desrespeitar a cultura do outro. 

Evitem o uso desse tipo de recurso, e, ao invés disso, utilize referências ao povo ou país, como mapas, bandeiras, cores da bandeira, etc.


Existem mais de 50 países na África, mas nunca imaginamos, em nosso consciente coletivo, um país desenvolvido, cidades, edifícios, diferentes classes sociais, pontes, rios, etc. Geralmente o que vem a nossa mente tem a ver com os estereótipos que vemos sempre na mídia: aldeias, pessoas esfomeadas, pobreza extrema, animais, savanas. As profecias sobre a África precisam vir sem os estereótipos, pois essas generalizações implicam em falta de conhecimento e ignorância. E não dá para profetizar sobre a falta de conhecimento e ignorância.

Utilização de fantasias yellow-face sobre os povos asiáticos, às vezes até confundindo elementos culturais entre China e Japão, por exemplo, é extremamente desrespeitoso. Existem outras maneiras de fazer referências aos países asiáticos, com respeito por sua cultura e sua nação. Não adianta vestir um kimono, pintar o rosto de branco e fazer uma maquiagem de gueixa (falo isso por própria experiência, e me arrependo pela falta de conhecimento).

Fantasiar-se de "índio" para profetizar aos povos indígenas, é lembrá-los de tantas violências sofridas por esses povos por parte do Cristianismo no Brasil, impondo a religião cristã sem amor. Onde está o amor pelos povos indígenas, ao invés de invadir suas aldeias e buscar seu apagamento cultural, afirmando que seus usos e costumes são "demoníacos"? Jesus aprovaria esse tipo de atitude?


Então, fica aqui a reflexão final:

1. O que você está profetizando às nações?

2. Como você está profetizando às nações?

Deus te abençoe.

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